A síntese noticiosa (também chamada de
boletim noticioso) é um breve informativo que transmite um resumo das
principais notícias do dia, em que os fatos são hierarquizados em ordem
crescente de importância.Baseada no modelo norte-americano de radiojornalismo,
a síntese tem como principais características o imediatismo, a linguagem
simples, direta, com frases curtas, concisa, com a finalidade de informar e a
locução vibrante.O tempo de cada síntese é originalmente de três a cinco
minutos, sendo veiculado a cada 30 minutos ou uma hora, mas algumas emissoras
fazem de 10 minutos, no inicio ou final de cada turno do dia. A edição da
síntese tem por base a aproximação das notícias pela similaridade dos assuntos.
O maior exemplo de boletim no Brasil de
acordo com este estilo foi o Repórter Esso, no ar a partir 1941 e referência na
área até os dias atuais. Suas normas de edição, por exemplo, definidas pela
agência de publicidade McCann-Erickson, são validas até hoje: “O principal item
da edição é colocado como a notícia final. O segundo fato mais importantes a
ser noticiado deve abrir a edição.(...) Não existe, naturalmente, um critério
geral e único capaz de definir a importância das notícias. A sensibilidade do
redator e o seu bom senso são os seus melhores conselheiros no momento da
avaliação. (...)É de boa prática, entretanto, colocar juntas as notícias e
informações afins, que não possam ser fundidas num único item. Agrupam-se, por
exemplo, as noticias esportivas, eleitorais, informações sobre preços do café e
do cacau”.
Seu estilo inovador somado à
credibilidade na transmissão das informações deu ao Repórter Esso uma grande
dimensão nacional, contribuindo para que o rádio se tornasse o meio de
informação preferido e mais confiável entre os brasileiros, sobretudo no
período da Segunda Guerra Mundial e na época da campanha “O petróleo é nosso”,
fomentada por Getúlio Vargas. Por conta da linguagem estabelecida pelo
programa, que permanece quase inalterada até hoje, estudiosos dizem que é
possível dividir a era do rádiojornalismo brasileiro em antes e depois do
Repórter Esso. As inovações implementadas foram evoluindo, novas técnicas foram
incrementadas, e o “estilo Esso” de rádiojornalismo continua em grandes
emissoras como as CBN e a Band News.
Além da síntese noticiosa, há inúmeros
outros gêneros ou formatos frequentes no radiojornalismo, que são apontados de
maneiras distintas pelos teóricos da comunicação. No Brasil, segundo José
Marques de Melo, professor e pesquisador da USP e da Universidade Metodista de
São Paulo, podemos dividir essas possibilidades do fazer radiojornalístico
entre gêneros informativos - registro claro e objetivo dos fatos e
acontecimentos, caracterizados pela observação, e gêneros opinativos - emissão
de opinião diante das notícias, caracterizados pelo aconselhamento.
Os principais gêneros jornalísticos são
a reportagem e a entrevista, por merecerem uma ampla cobertura sobre o fato. A
reportagem é o relato ampliado de um acontecimento que já repercutiu no
organismo social e produziu alterações que são percebidas pela instituição
jornalística. Também é produzido e transmitido pelo repórter. O locutor faz a
chamada da reportagem, podendo interagir com o repórter nas transmissões “ao
vivo”. Já a entrevista é um relato que privilegia um ou mais protagonistas do
acontecimento, possibilitando-lhes um contato direto com a coletividade. É
produzida pela equipe de reportagem e transmitida tanto pelo repórter como pelo
locutor, que interagem com o(s) entrevistado(s) durante a conversa.
Assim como a síntese noticiosa, a nota e
a notícia são matérias utilizadas para divulgação de fatos ainda em fase de
construção. A nota é o resumo da notícia, corresponde ao relato dos
acontecimentos que estão em processo de configuração. É produzida pela equipe
de redação e transmitida pelo locutor. Já a notícia é o relato integral de um
fato que já eclodiu no organismo social. Também é produzida pela equipe de
redação e transmitida pelo locutor. O boletim do repórter é o relato parcial ou
integral dos fatos. É produzido e transmitido pelo repórter. O locutor faz a
chamada do boletim, podendo interagir com o repórter nas transmissões “ao
vivo”.
O comentário é o gênero mais introduzido
no rádio por possuir uma relação direta com a notícia. Regularmente, é
publicado logo após um acontecimento e vem junto com a notícia ou reportagem. O
artigo se diferenciada do comentário porque é inserido quando o jornalista ou
colaborador tem liberdade para expor suas opiniões. Os profissionais tratam os
assuntos de forma ampla, sem se prenderem ao tempo. Sendo assim, os fatos do
passado e do presente estão sempre interligados.
Já a crônica é conduzida, normalmente,
de forma literária pelo autor. Os cronistas, muitas vezes, fantasiam os fatos,
transformando os personagens em heróis ou vilões, e as notícias em histórias
figurativas e até mitológicas. Também ligada ao universo cultural, a resenha ou
crítica é o gênero que analisa, geralmente, os fatos do universo artístico e
cultural. Tem também a finalidade de orientar o público na escolha dos produtos
culturais em circulação no mercado.
A coluna é uma seção especializada em
que o escritor expõe suas ideias e julgamentos de modo livre e pessoal. No
colunismo, o estilo do autor é fundamentado na utilização dos diversos gêneros
jornalísticos informativos e opinativos. A seção do ouvinte é determinada pela
seleção e permissão para opiniões para pessoas de fora da emissora, mas
integrantes por serem ouvintes da rádio.
O editorial é o gênero que expressa a
opinião da empresa jornalística diante dos fatos de maior repercussão no
momento. O profissional responsável por esta seção geralmente interpreta e
divulga os pontos de vista da diretoria da empresa.
Podem existir ainda outros programas, determinados
pelo tipo de cobertura e produção. O programa de entrevista explora determinado
tema por meio do diálogo entre entrevistador(es) e entrevistado(s), como os
debates e mesas-redondas; o Especial é um programa que aborda, em profundidade,
determinado(s) tema(s). Entre os programas especiais estão os radiodocumentários
e as audiobiografias, dentre outros. Os especializados são programas que
transmitem informações sobre fatos de um mesmo campo de atividade, em que
apenas interessam as notícias referentes àquele setor. Destacam-se aqui os
programas esportivos, os policiais e os culturais.
Em seu livro Gêneros radiofônicos, o pesquisador André Barbosa Filho desenvolve
as ideias do professor José Marques de Melo, citado anteriormente, e além dos
formatos já mencionados destaca a existência desses outros: documentário
jornalístico; mesas-redondas ou debates (são espaços de discussão coletiva em
que os participantes apresentam ideias diferenciadas entre si); programa
policial (tem como objetivo cobrir os acontecimentos e fatos policiais, por
meio de reportagens, entrevistas, comentários e notícias);programa esportivo (é
a divulgação, cobertura e análise dos eventos esportivos. Veiculado no formato
de notícias, comentários, reportagens, entrevistas, mesas-redondas); e
divulgação técnico-científica (tem a função de divulgar e, consequentemente,
informar a sociedade. sobre o mundo da ciência, com roteiros apropriados e
linguagem que seja acessível à maioria da população).
AUTORIA DE GABRIEL DEMASI - aluno do quinto período da Escola de Comunicação da UFRJ.
Um comentário:
Sugestão:
O fundo preto prejudica a leitura, se alterar para uma cor mais clara fica melhor.
Abraços.
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