sábado, 18 de outubro de 2008

Outras manifestações a favor do diploma

A coordenadora de Jornalismo da Escola de Comunicação da UFRJ, Ana Paula Goulart, declara-se a favor do diploma e da regulamentação. Para ela, a obrigatoriedade do reconhecimento oficial da profissão deve vir acompanhada pelo aperfeiçoamento da legislação e do ensino do jornalismo:

– É importante que haja formação específica, mas a formação não deve ser voltada exclusivamente ao ensino da técnica de escrita, porque isso é aprendido na prática, portanto, pode ser feito por qualquer profissional. A formação deve englobar também, junto com o aprendizado técnico, as reflexões sobre o que vai ser o exercício da profissão, principalmente porque o jornalismo exerce um papel muito importante na sociedade.


Jornalista e também professor da ECO, Paulo César Castro, defende integralmente a exigência do diploma, afirmando que aqueles que se posicionam contra procuram reduzir o jornalista a um operador técnico de suportes midiáticos ou manejador de uma linguagem especializada. De acordo com ele, a questão da liberdade para se expressar na mídia não está relacionada à regulamentação da profissão do jornalista, e sim, a fatores externos a sua atuação:

– Não é verdade que o diploma tira da sociedade a possibilidade de participar dos meios de comunicação ou que a liberdade de expressão seja cerceada. Tal argumento esconde que, na verdade, as restrições se dão principalmente por conta do modelo de distribuição de emissoras de televisão e de rádio, concessões do Estado, e que gera verdadeiros monopólios nas mãos de grandes corporações ou de políticos. É essa situação que tem de ser combatida.

domingo, 12 de outubro de 2008

Lançamento do mês

Relembrando o cotidiano da cidade do Rio de Janeiro do início da década de 1970 e um de seus ilustres personagens do meio jornalístico, o livro Luiz Carlos Sarmento - Crônicas de uma Cidade Maravilhosa, publicado pela editora E-papers (http://www.epapers.com.br/) em setembro, é uma coletânea dereportagens e crônicas deste repórter que trabalhou em alguns dos principais jornais e revistas do país, dentre eles Correio da Manhã, O Globo, Realidade, Fatos e Fotos e Manchete. Organizado por José Argolo, jornalista e integrante do Centro de Estudos Estratégicos da Escola Superior de Guerra, e Gabriel Collares Barbosa, também jornalista e professor da ECO/UFRJ, a obra é fruto de quase 13 anos de trabalho iniciados em 1995, com o falecimento de Sarmento devido a um ataque cardíaco. Famoso por suas matérias policiais, Sarmento é conhecido por ter sido uma figura ímpar nas redações e simbolizar o já quase extinto fazer jornalístico de uma época em que, segundo os autores, Jornalismo era sinônimo de liberdade e ainda não tinha perdido sua essência por submeter-se à engenharia de produção das grandes corporações midiáticas. O livro, além das crônicas e reportagens do homenageado, traz uma série de depoimentos de jornalistas que conviveram com ele, como Zevi Ghivelder, Carlos Heitor Cony, Lago Burnett, entre outros.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Diploma de Jornalismo, sim

Diploma de Jornalismo, sim

Trata-se, penso, de uma questão já resolvida. A profissão de Jornalista é uma das mais relevantes para a sociedade, motivo pelo qual qualquer tentativa de minimizar a sua importância cai no vazio. Tentem, por exemplo, extinguir o diploma para os advogados, engenheiros, odontólogos e médicos! Tentem bater de frente com os órgãos de classe das categorias supra! A não obrigatoriedade do diploma para os jornalistas corresponde a uma antiga [e equivocada] pretensão do patronato e de uma parte minoritária, pouco representativa e inconseqüente dos que ainda se intitulam profissionais. Aliás, como professor de Jornalismo há mais de vinte e cinco anos, sempre lecionando disciplinas específicas e, por conseguinte, fundamentais, considero uma grande bobagem qualquer insinuação no sentido de que o Jornalismo pode ser interpretado tão-somente como um conjunto de técnicas; quais sejam: as técnicas da decodificação da(s) linguagens e da sua repetição ad infinitum.
O Jornalismo é como a Ciência Militar. Aprende-se na teoria e na prática. No campo militar o espectro teórico resulta dos conceitos e ensinamentos acumulados e finamente elaborados pelos que fizeram a História; o Jornalismo é uma ciência e, como tal, não pode ser reduzida à mera especulação sobre a sua natureza.Demanda conhecimentos de Direito, de Sociologia, Antropologia e Filosofia, da Propaganda, da Economia e Política, do estudo comparado dos diferentes produtos e mídias. Então, porque reduzi-lo, por estrreiteza de raciocício, a um fragmento ? Posso, se assim for possível, oferecer aos leitores um relato pessoal. Comecei a trabalhar, ainda que amadoristicamente, no início dos anos setenta. Melhor dizendo, em 1972, elaborando um pequeno jornal (tablóide). Ingressei na Faculdade de Direito e, logo depois, sem que as leis (1969 e, depois, 1979) o exigissem, prestei vestibular para Comunicação. Os conhecimentos obtidos no curso de Direito foram, sem hesitação, multiplicados na Faculdade de Jornalismo.
Disciplinas específicas, como Estatística (indispensávei aos profissionais que vão atuar no campo da Economia e da Política), Jornalismo Comparado (por produtos e mídias), Técnicas de Reportagem, Edição Gráfica e Fundamentos Teóricos da Comunicação, entre outras, contribuíram para a melhor compreensão das atividades jornalísticas. Todo o juridiquês acumulado nos cinco anos de Faculdade de Direito foram, por conseguinte, se espraiando diante das reflexões e experiências vividas no ambiente dos jornais.
Portanto, diploma de Jornalismo, sim. O resto, como se diz na gíria, é mera figuração.

Autoria - José Amaral Argolo

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Em defesa do diploma


O jornalista tem papel fundamental nas sociedades democráticas. Sua atividade consiste na veiculação de versões noticiosas ao público que, por sua vez, desenvolverá seu senso crítico a partir do que foi divulgado. Mas é claro que esse mesmo público não só poderá, como deverá, buscar ainda outras fontes de informação. Contudo, o jornalista, por formação, é um dos entes que possibilitará conteúdo selecionado e de qualidade reconhecido. Além disso, há funções específicas, inerentes ao exercício profissional, que somente após qualificação em curso de formação superior em Jornalismo, se estará apto. Exemplos: apuração de notícias – acesso às fontes diretas, indiretas e complementares, com a devida técnica de abordagem; tratamento textual e adaptação da mesma ao repertório vocabular do público-alvo; escolha do melhor canal midiático e, conseqüentemente, de estilos e linguagens específicos, enfim, um rol de atividades que, somadas ao arcabouço teórico, proporcionará à sociedade direito à informação. Queiramos ou não, somos formadores de opiniões. Por intermédio nosso, jornalistas diplomados, são discutidas as pautas das agendas local, nacional e internacional. A campanha da Federação Nacional dos Jornalistas em defesa do diploma é, sobretudo, uma ode à informação como bem público.

Gabriel Collares Barbosa
Professor da Escola de Comunicação da UFRJ


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Acabo de entrar para o Twitter. Vocês agoram poderão me seguir. Abraço a todos!

O que acharam da nova campanha de marketing do jornal O Globo? Em breve, comentários a respeito.