quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010!



Gostaria de agradecer a todos que me honraram com as visitas em 2009. Obrigado pelos comentários, críticas, sugestões e elogios. Sem a participação de vocês este blog não haveria a tão salutar relação dialógica. Deixo Carlos Drummond de Andrade como ode ao ano advir: "Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre". Ou seja, é no seu ethos, a morada do ser, que está a chave para a felicidade. Desde que, sempre, sob os auspícios de Deus. A todos, Feliz 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pela defesa do diploma para jornalista

Vinte sete anos de telejornalismo e outros 25 concomitantes de magistério do jornalismo permitem-me a convicção de que apenas equívocos levariam alguém correto a desqualificar o aspecto humanista, de serviço, fundamental para a nossa sociedade, de uma certificação profissional adequada para quem reporta, analisa e descreve infomações com credibilidade para o público. Num caos informativo, apenas pessoas preparadas serão capazes de distinguir joio do trigo, enfrentar equívocos que acidental ou propositadamente confundem e organizar hierarquias desordenadas na construção do que tem valor para um ser humano em sociedade. Empresa não é sinonimo de formção profissional e autonomia de pensamento. Elas são importantes, mas podem acabar. As garantias para uma atuação segura de profissionais preparados e reconhecidos pelo poder instituído nao devem acabar nunca..

Envio texto curto que pode até ser acusado de abstração ingênua ou idealismo irreal.
Não importa. Responsabilidade, amor e ética são sentimentos que mudam o mundo.
Que a clareza invada suas mentes a respeito deste assunto.

Cristina Rego Monteiro
Profa Adjunta ECO - UFRJ
27 anos de telejornalismo diário
Premio Vladimir Herzog de Telejornalismo

domingo, 31 de maio de 2009

Um outro olhar sobre a crise

Colapso financeiro mundial deveria ser compreendido como momento propício para rever uma série de posturas, tanto no mundo corporativo como também nas relações sociais e comportamentais.
Se aceitarmos a dialética da história, a crise serviu para mostrar ao mundo que os paradigmas do capitalismo financeiro não são incontestes. Nos deparamos com a tecnologia convertida como bem de consumo, as relações interpessoais relativizadas, a banalização do senso religioso, a informação volatilizada pelo superficialismo e quantitativo imposto pela indústria cultural, a degradação do planeta pelo uso predatório dos recursos naturais enfim... que tal uma postura “minimalista” do viver bem com pouco, do uso racional dos recursos, do retorno às relações sociais baseadas no humanismo (a praça, o bloco de rua, a vivência comunitária), a prática esportiva que valoriza o ser humano (sem dopings, marketing ou pódios), da valorização do ser em vez do ter, do uso de energias limpas, do respeito às diferenças, da era da inspiração em vez da transpiração. Viva a agricultura de subsistência, os orgânicos, as empresas incubadas nas universidades, a cultura da periferia, as mídias comunitárias...
Numa linha de discurso mais “verde” (logo eu que odeio rótulos acabei me valendo de um), é preciso perceber que o pensamento dos séculos dezenove e vinte que atrelou felicidade e prosperidade ao crescimento industrial (com maior emissão de gases poluentes), não faz mais sentido. É angustiante concordar que Kyoto fracassou quando a economia se sobrepôs à ecologia.
Então, vamos ver a crise como um momento único para repensar valores numa verdadeira revolução axiológica. A Ética Humanista, tal qual propôs Eric Fromm, é um dos caminhos para o resgate do papel do ser humano como sujeito da história, uma história das micro-relações fundamentadas no espírito comum.

terça-feira, 17 de março de 2009

Breve panorama da circulação jornais e revistas no Brasil

Não há motivo para comemoração. O aumento na circulação de jornais registrado em 2008 pelo IVC, na casa dos cinco porcento, nos conduz a questionamentos pontuais. Embora os diários tenham estampado manchetes enaltecendo a marca, importante destacar que para um país com quase 190 milhões de habitantes, diariamente a circulação não ultrapassa os cinco milhões. Estamos com um índice de leitura per capita baixíssimo. O fato é que houve uma diminuição de leitores dos intitulados "quality papers", enquanto os destinados às classes C e D, puxaram a marca. Note que não falamos aí de jornais populares, mas jornais rotulados como "popularescos", onde sobram fait-divers, manchetes escatológicas, chamadas que não condizem com o texto de páginas internas e uma profusão de cores e imagens em detrimento do texto, da análise, do conteúdo. Sem cair num discurso simplista, ou melhor, no "lugar comum", alías eis aí mais uma característica dessas publicações, cabe a pergunta: é melhor que tenhamos mais gente lendo publicações de gosto duvidoso (e que cumprem papel além de mercadológico, ideológico também!) ou menos leitores - que valorizariam as publicações analíticas, que fomentam o desenvolvimento do senso crítico, enfim... veja que não estamos a cair no maniqueísmo que colocara centro/periferia, alta cultura/cultura popular... até porque muitos jornalões utilizam, embora de maneira escamoteada, técnicas do jornalismo sensacionalista para aumentar a circulação. Acreditamos, assim, que é preciso valorizar o jornalismo como pedra fundamental da democracia participativa e, sobretudo, despertar nos profissionais de imprensa e na sociedade civil o traço indelével do jornalismo com os direitos civis.
Alguns dados do IVC para que se tirem próprias conclusões:
1)Folha - 299 mil exemplares/dia
2) O Globo - 293 mil
3) Super Notícia - 282 mil
4) Meia Hora - 234 mil
5) Extra - 221 mil

Revistas - (fonte Meio&Mensagem)

Revistas dedicadas ao universo feminino e à programação televisiva puxaram o crescimento da circulação (títulos com preço de capa inferior a dois reais principalmente)
Viva Mais, Ana Maria, Tititi e Minha Novela. Sete dias com você.
Caras lidera o segmento de Celebridades com quase 300 mil exemplares.
As informativas cairam em 2008 sendo que Veja lidera (um milhão por edição semanal), seguida por Isto É e Época.

No Rádio AM, o campeão de audiência no Rio é o Show do Antonio Carlos, popular programa da Rádio Globo e Patrulha da Cidade, da Super Rádio Tupi.

Na TV, Ibope ratifica a Rede Globo de TV com os programas Caminho das Índias e Big Brother Brasil 9. (http://www.almanaqueibope.com.br/asp/busca_resultado.asp)