quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Em defesa do diploma


O jornalista tem papel fundamental nas sociedades democráticas. Sua atividade consiste na veiculação de versões noticiosas ao público que, por sua vez, desenvolverá seu senso crítico a partir do que foi divulgado. Mas é claro que esse mesmo público não só poderá, como deverá, buscar ainda outras fontes de informação. Contudo, o jornalista, por formação, é um dos entes que possibilitará conteúdo selecionado e de qualidade reconhecido. Além disso, há funções específicas, inerentes ao exercício profissional, que somente após qualificação em curso de formação superior em Jornalismo, se estará apto. Exemplos: apuração de notícias – acesso às fontes diretas, indiretas e complementares, com a devida técnica de abordagem; tratamento textual e adaptação da mesma ao repertório vocabular do público-alvo; escolha do melhor canal midiático e, conseqüentemente, de estilos e linguagens específicos, enfim, um rol de atividades que, somadas ao arcabouço teórico, proporcionará à sociedade direito à informação. Queiramos ou não, somos formadores de opiniões. Por intermédio nosso, jornalistas diplomados, são discutidas as pautas das agendas local, nacional e internacional. A campanha da Federação Nacional dos Jornalistas em defesa do diploma é, sobretudo, uma ode à informação como bem público.

Gabriel Collares Barbosa
Professor da Escola de Comunicação da UFRJ


3 comentários:

Juliana Marques disse...

Sem dúvida, a qualidade do trabalho jornalístico é o que mais deve ser valorizado nesta discussão do diploma. Lembro de uma aula inaugural com o Ronaldo Lemos do Creative Commons que assisti no terceiro período da ECO. Segundo ele, ainda que a internet e as novas mídias aproximem todos da notícia e da informação, mais do que nunca será necessário alguém com capacidade de filtrar tais informações, e arquitetá-las de acordo com o contexto e com o público. Achei a colocação dele extremamente importante e interessante. Afinal, mas do que multiplicadora, eu quero ser uma arquiteta da informação!

Tati disse...

Realmente, o conteúdo do trabalho de um jornalista diplomado pode ser reconhecido como de qualidade, já que está comprometido com uma boa apuração dos fatos e voltado para temas relevantes para a sociedade.
Para mim, pensar em abolir o diploma é absurdo...
Afinal, nem tudo que existe na internet pode ser considerado jornalismo!!!

Anônimo disse...

Toda essa tentativa de abolir o diploma me parece fruto de uma filosofia sem uma referência sólida de cultura e formação. Claro que todos podem criar um discurso, mas nem todos necessariamente estão preocupados com um jornalismo sério e investigativo. O diploma parece ser - talvez não o método totalmente perfeito mas - o melhor que hoje tempos para manter um certo nível no jornalismo!